Modernismo/pós Modernismo

Modernismo

Chama-se genericamente modernismo (ou movimento moderno) o conjunto de movimentos culturais, escolas e estilos que permearam as artes e o design da primeira metade do século XX. Apesar de ser possível encontrar pontos de convergência entre os vários movimentos, eles em geral se diferenciam e até mesmo se antagonizam.

Encaixam-se nesta classificação a literatura, a arquitectura, design, pintura, escultura e a música modernas.

O movimento moderno baseou-se na ideia de que as formas "tradicionais" das artes plásticas, literatura, design, organização social e da vida cotidiana tornaram-se ultrapassadas, e que se fazia fundamental deixá-las de lado e criar no lugar uma nova cultura. Esta constatação apoiou a idéia de reexaminar cada aspecto da existência, do comércio à filosofia, com o objetivo de achar o que seriam as "marcas antigas" e substituí-las por novas formas, e possivelmente melhores, de se chegar ao "progresso". Em essência, o movimento moderno argumentava que as novas realidades do século XX eram permanentes e iminentes, e que as pessoas deveriam se adaptar a suas visões de mundo a fim de aceitar que o que era novo era também bom e belo.

 

 Pós-Modernismo

Manifesto do Bolor - "A arquitectura funcional provou estar no caminho errado, é como pintar com uma régua... Só depois das coisas estarem criativamente cobertas de musgo, com o qual temos muito a aprender, teremos uma nova e maravilhosa arquitectura". Este extracto do "Manifesto do Bolor Contra o Racionalismo em Arquitectura" de Hundertwasser é um dos primeiros programas pós-modernos.

Oposição - A tomada de consciência de que havia vários universos de gosto abriu o caminho para a consciência das insuficiências emocionais do funcionalismo que insistia em determinar o que era "bom" e o que era "mau" e quais as funções que um objecto pode desempenhar. Esta situação gerou uma onda de oposição ao modernismo, questionando-se os padrões e os valores preestabelecidos.

Forma - Fruição - Com a cultura pop dos anos 1960, nas esferas culturais começava-se decididamente a rejeitar as divisões entre "good" e "bad design", entre "good form" e "kitsch", entre cultura erudita e cultura popular. A própria equação problemática do design, a relação forma - função, deixava de ser aceite. Para o pós-modernismo o problema punha-se nas condições de uma relação forma - fruição.

 Less is Bore - Outro pioneiro foi Robert Venturi que ao "less is more" do funcionalismo opunha o "less is bore". Venturi propunha o vernáculo ou uma arquitectura de banda desenhada, ecléctica, ambígua, bem-humorada e despretensiosa, "aquilo que as pessoas realmente gostam".

Diversos Universos - As influências estéticas do Pop Design e de movimentos como o Antidesign geraram entre os consumidores um largo espectro de gostos, uma corrente diversificada de estilos de vida em contradição completa com o programa unificador do funcionalismo ou dos conceitos da Good Form.

Alchimia - Admite-se que os primeiros objectos de design deliberadamente pós-modernos foram os dos grupos italianos Archizoom (1966), Alchimia (1976) e Memphis (1981). Entre os membros do grupo Alchimia salientam-se Ettore Sottsass e Alessandro Mendini. No seu programa pretendiam afirmar-se como um "pós-radical forum de discussão". Em vez de se concentrarem num design voltado para a produção em massa ou sobre a utilidade dos objectos, eles voltavam-se para uma expressiva, imaginativa, poética e irónica atitude projectual.